google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Distúrbios Fisiológicos e Danos Mecânicos na Batata

sábado, 17 de dezembro de 2016

Distúrbios Fisiológicos e Danos Mecânicos na Batata


Distúrbios Fisiológicos e Danos Mecânicos

Perdas consideráveis ocorrem quando a batata é produzida sob condição de estresse ambiental (ambientes micro e macro) ou quando é manipulada indevidamente. Essas perdas podem ser evitadas planejando-se o cultivo para situações pouco sujeitas aos estresses relacionados a elas. Para os distúrbios fisiológicos, deve-se ter cuidado especial para evitar a aplicação de agrotóxicos em doses que causem fitotoxicidade. A disponibilidade de água no solo deve ser a adequada para a cultura, evitando sua falta ou o excesso principalmente no período de crescimento dos tubérculos. A adubação deve ser balanceada, levando-se em conta ainda o espaçamento adequado de acordo com a cultivar. Para evitar danos mecânicos, deve-se manipular os tubérculos com cuidado nas operações de colheita, transporte, lavação e embalagem, dispondo-se de equipamentos adequados e bem ajustados, além de pessoal bem treinado nas operações. Tubérculos danificados são facilmente colonizados por patógenos e apodrecem, podendo contaminar outros tubérculos.
Cultivares de batata se comportam de forma diferente em relação aos fatores abióticos associados a alguns tipos de distúrbios. Portanto, é essencial que se escolha a cultivar adequada para a época de plantio e para as práticas culturais adotadas.
Os principais distúrbios fisiológicos e danos encontrados nas condições brasileiras são:
Rachadura - Ocorre durante o crescimento acelerado do tubérculo, quando sua parte interna cresce mais rapidamente do que a parte externa. As rachaduras deste tipo, normalmente longitudinais (Figura 1), cicatrizam e tornam-se cada vez mais superficiais à medida que o tubérculo cresce. Fatores que favorecem o crescimento rápido do tubérculo, como chuva ou irrigação pesada após um período quente e seco, e adubação nitrogenada desbalanceada, são as principais causas das rachaduras.
Foto: Carlos A. Lopes
Tubérculos de batata com rachadura
Figura 1. Tubérculos de batata com rachadura.

Embonecamento ou crescimento secundário - É a formação irregular do tubérculo provocado pelo seu crescimento desuniforme (Figura 2) após um período de estresse que temporariamente paralisa este crescimento. As causas de estresse que interrompem o crescimento normal do tubérculo são normalmente relacionadas ao ambiente, como geada e granizo que destroem a folhagem, baixa umidade do solo, temperatura elevada do solo e desbalanço nutricional. A carga genética da cultivar também influencia a frequência do aparecimento de tubérculos com este distúrbio.
Foto: Carlos A. Lopes
Embonecamento em tubérculos de batata
Figura 2. Embonecamento em tubérculos de batata.

Coração-oco - É o nome dado quando o tubérculo, normalmente grande, apresenta uma ou mais cavidades de diferentes tamanhos no seu interior (Figura 3). É provocado por crescimento rápido do tubérculo, às vezes associado ao desbalanço hídrico ou à deficiência de potássio. Cultivares que produzem tubérculos muito grandes devem ser produzidas em espaçamentos menores para evitar este problema.
Foto: Carlos A. Lopes
Coração-oco em tubérculos de batata
Figura 3. Coração-oco em tubérculos de batata.

Coração-preto - Caracteriza-se por apresentar manchas irregulares, de cor cinzenta e preta, na região central do tubérculo. Pode ocorrer ou não formação de uma cavidade ocasionada pela contração dos tecidos afetados. Os tecidos ficam escurecidos (Figura 4) devido à necrose ocasionada pelo suprimento insuficiente de oxigênio no tubérculo, provocado por arejamento inadequado no armazém ou por respiração excessiva dos tecidos do tubérculo, provocada por forte calor durante a fase final da tuberização no campo.
Foto: Carlos A. Lopes
Coração-preto em tubérculo de batata
Figura 4. Coração-preto em tubérculo de batata.

Chocolate ou mancha-ferruginosa – Ou também chamado de internal heat necrosis; ocorre mais em períodos quentes e secos. Caracteriza-se por apresentarem manchas pardo-avermelhadas, firmes, irregularmente distribuídas na polpa do tubérculo (Figura 5). Só é visível após o corte do tubérculo, constituindo-se em um problema na comercialização. Sua causa não é bem conhecida, mas sabe-se que é controlada geneticamente. As cultivares mais plantadas no Brasil dificilmente apresentam este problema.
Foto: Carlos A. Lopes
Mancha-chocolate em tubérculos de batata
Figura 5. Mancha-chocolate em tubérculos de batata.

Unhadura - É um distúrbio caracterizado por pequenas fendas (1 a 2 cm de comprimento) curvas, como se fosse originada pela compressão de uma unha no tubérculo (Figura 6). Pode ocorrer uma ou várias fendas por tubérculo. Sua causa não é bem conhecida, mas tem sido atribuída a período seco no final da tuberização e pancadas nos tubérculos durante a colheita e armazenamento.
Foto: Carlos A. Lopes
Unhadura em tubérculos de batata
Figura 6. Unhadura em tubérculos de batata.

Lenticelose – Caracteriza-se por crescimento exagerado das lenticelas. Como as lenticelas são estruturas de respiração, elas se expandem para compensar a pequena quantidade de oxigênio disponível no ambiente de solo encharcado. Na colheita, em solo úmido, as lenticelas expandidas aparecem como pontuações esbranquiçadas, parecidas com pequenas verrugas (Figura 7). Lenticelas expandidas são portas de entrada de vários patógenos.
Foto: Carlos A. Lopes
Lenticelose em tubérculo de batata
Figura 7. Lenticelose em tubérculo de batata.

Vitiligo – Tubérculos produzidos em solos encharcados podem apresentar a superfície esbranquiçada e ligeiramente embolhada e depois escurecidas (Figura 8) em virtude da absorção de água pelas lenticelas. Normalmente, esse distúrbio vem acompanhado de outros ligados à alta umidade do solo, como lenticelose, coração-oco e coração-preto.
Foto: Carlos A. Lopes
Vitiligo em tubérculo de batata
Figura 8. Vitiligo em tubérculo de batata.

Esverdeamento - O esverdeamento ocorre quando os tubérculos são expostos à luz. No campo (esverdeamento de campo) (Figura 9), acontece quando a amontoa é mal feita, quando ocorre erosão no campo ou quando a cultivar tuberiza muito superficialmente. O esverdeamento de pós-colheita (Figura 10) ocorre quando os tubérculos são armazenados sob a luz natural ou artificial. A rapidez com que os tubérculos esverdeiam depende da cultivar. Quando o tubérculo esverdeia, forma-se um alcaloide de sabor amargo, tóxico ao homem, chamado solanina. Por isso, tubérculos esverdeados não devem ser consumidos.
Foto: Carlos A. Lopes
Tubérculos de batata com esverdeamento de campo
Figura 9. Tubérculos de batata com esverdeamento de campo.
Foto: Carlos A. Lopes
Esverdeamento de tubérculos de batata em pós-colheita
Figura 10. Esverdeamento de tubérculos de batata em pós-colheita.

Despelamento ou batata mal-encascada - A colheita de batata deve ocorrer pelo menos cinco dias após a morte natural ou artificial das ramas, ocasião em que a película fica bem aderida aos tubérculos. Colheita mais precoce resulta em “despelamento” dos tubérculos (Figura 11) durante a manipulação e lavação, o que afeta a aparência do produto e acelera a sua deterioração por favorecer o ataque de patógenos.
Foto: Carlos A. Lopes
Tubérculo de batata despelado
Figura 11. Tubérculo de batata despelado.

Esfolamento – É um dano mecânico que provoca a remoção da casca da batata e também de parte da polpa (Figura 12); portanto, de forma mais profunda que o despelamento. Acontece durante a operação de transporte, embalagem ou lavação da batata.
Foto: Carlos A. Lopes
Tubérculos de batata esfolados
Figura 12. Tubérculos de batata esfolados.

Empedramento ou engelado - É um distúrbio de causa desconhecida, com suspeita de presença de virose, em que o tubérculo fica endurecido e com aparência vitrificada, impróprio para o consumo e para uso como semente.
Gelatinizada ou jajica – Ocorre em tubérculos em duas situações: quando se encontram em fase de crescimento em lavoura sujeita a geada forte ou quando são armazenados em câmara fria ou armazém convencional sujeitos a abaixamento brusco e forte de temperatura (menor que 0 °C). Tubérculos gelatinizados apresentam cor esbranquiçada e polpa vitrificada dura, de difícil corte, e não brotam após período normal de dormência natural, mesmo com tratamento químico.
Injúrias ou fitotoxidez de herbicidas – Podem ser de vários tipos, tanto na parte aérea como nos tubérculos, dependendo do modo de ação do produto e da dose a que a planta foi exposta. Ocorrem basicamente devido a deriva ou resíduos de produto no solo ou no pulverizador. Nas folhas, ocorrem deformações (Figura 13), enrugamento, queima de bordas, e cloroses (Figura 14), sintomas que podem desaparecer à medida que as plantas se desenvolvem. Nos tubérculos, ocorrem deformações (Figura 15) ou queima superficial, neste caso concentrada na face exposta ao contato direto com o produto. Sintomas nos tubérculos podem ser também internos (Figura 16), quando há translocação do produto em doses altas ou em condições de climáticas adversas.
Foto: Carlos A. Lopes
Planta de batata com forte deformação causada por herbicida
Figura 13. Planta de batata com forte deformação causada por herbicida.
Foto: Carlos A. Lopes
Clorose das nervuras de folha de batata causada por herbicida
Figura 14. Clorose das nervuras de folha de batata causada por herbicida.
Foto: Carlos A. Lopes
Severa deformação de tubérculos de batata causada por herbicida
Figura 15. Severa deformação de tubérculos de batata causada por herbicida.
Foto: Carlos A. Lopes
Necrose na extremidade do tubérculo de batata causado pela translocação de herbicida
Figura 16. Necrose na extremidade do tubérculo de batata causado pela translocação de herbicida.

Injúrias ou fitotoxidez de inseticidas, fungicidas e adubos foliares – Produtos não registrados ou quando aplicados em doses excessivas, principalmente sob alta temperatura ou em horário de alta insolação, podem provocar queima, pintas, enrugamento ou alteração na cor da folhagem. Produtos aplicados no solo, em especial os inseticidas sistêmicos, podem causar injúrias. Alguns dos sintomas desaparecem quando cessa o efeito do produto, à medida que a planta se desenvolve.

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