google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Manejo de plantas daninhas na Batata

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Manejo de plantas daninhas na Batata


Manejo de plantas daninhas

O ideal é que a cultura da batata não sofra influência de plantas daninhas, que competem por água, nutrientes e luz, além de poderem em alguns casos ter efeito alelopático. Os efeitos mais danosos desta competição são na primeira metade do ciclo de desenvolvimento da cultura, isto é, até os primeiros 30 a 50 dias. No final do ciclo, o efeito das plantas daninhas não se reflete muito na produção, mas o mato pode dificultar fisicamente o processo de colheita.
Dentro da dinâmica do desenvolvimento das plantas daninhas, é importante sempre reduzir a reserva de suas sementes no solo, não as deixando produzir sementes na área. As plantas de batata não competem vigorosamente no início do seu desenvolvimento com as plantas daninhas, sendo que sua habilidade de competição está diretamente relacionada com o estado de dormência, a capacidade de brotação e a ocorrência de crescimento inicial rápido, para produção de grande área foliar para o sombreamento do solo e plantas daninhas. Esta habilidade depende também da arquitetura da planta, que varia entre cultivares.
Para o controle das plantas daninhas, destaca-se o método cultural, que é um conjunto de práticas que possibilitam à cultura melhor competitividade com as plantas daninhas, incluindo a rotação de culturas, utilização de espaçamento e plantio adequados, além do adequado manejo da área após a colheita para evitar a produção de sementes pelas plantas daninhas. Pode-se ainda antecipar o preparo do solo para favorecer a emergência das plantas daninhas, facilitando a sua eliminação antes do plantio, mecânica ou quimicamente.
Em pequenas áreas ou em áreas acidentadas, o controle pode ser realizado por meio de capinas mecânicas, sendo que no cultivo mais tecnificado o uso de herbicidas na época do plantio (pré-plantio ou pré-emergência), seguido de uma ou duas cultivações (tração motorizada), as quais, geralmente, coincidem com a(s) amontoa(s), são mais utilizadas. Os herbicidas devem ser escolhidos em função da sua eficiência, segurança e economicidade, levando-se em conta o programa de rotação de culturas e outras recomendações técnicas para o cultivo.
As plantas que se desenvolvem a partir dos tubérculos que rebrotam (soqueira), em áreas onde são realizadas implantações sucessivas da cultura, também são consideradas daninhas, podendo promover a manutenção de pragas e doenças na área, além de contaminação varietal, devendo estas ser eliminadas após cada cultivo.
Manejo de plantas daninhas e dessecação na cultura de batata.
Pedro J. Christoffoleti Prof. Associado do Depto. de Produção Vegetal - Esalq/USP CP 9 - 13418-900 Piracicaba/SP - pjchrist@esalq.usp.br Marcelo Nicolai - Pós-Graduando em Fitotecnia marcelon@esalq.usp.br-Esalq/USP Juliano F. Barela – Pós-Graduando em Fitotecnia – jfbarela@esalq.usp.br-Esalq/USP
Na horticultura brasileira, especifi-camente na cultura da batata, é encontrada a maior complexidade dos sistemas de produção, visto que seu plantio, manejo e colheita variam com a combinação de fatores climáticos e preço do produto colhido, tornando seu cultivo restrito a determinadas regiões e produtores
especializados. A eficiência do produtor em resolver os problemas fitossanitários que a cultura apresenta é, muitas vezes, o principal fator responsável pelo sucesso de sua exploração comercial, já que os
custos envolvidos com defensivos agrícolas são significativos.
Dentre os problemas fitossanitários, as perdas provocadas pela infestação das plantas daninhas na cultura da batata é um fator que exige do produtor estratégias de manejo adequado, sendo este portanto, o
objetivo principal deste artigo, além de fornecer informações sobre a dessecação da cultura em pré-colheita.


A cultura de batata tem um crescimento vigoroso, que facilita a supressão da infestação das plantas daninhas que emergem tardiamente no ciclo da cultura, simplesmente, pela ocupação do terreno pela cultura através da parte aérea. É fato que, normalmente, é prática dos produtores a operação de amontoa, que consiste no chegamento de terra das entrelinhas na base da planta de batata, o que também promove o controle mecânico da comunidade de plantas daninhas. Sendo assim, a estratégia de executar a operação de amontoa em momento adequado já serve como medida de manejo de plantas daninhas. Por momento adequado da operação de amontoa para o controle de plantas daninhas, entende-se o estádio de desenvolvimento da planta daninha (fase de plântula) em que a operação de amontoa promova o corte ou enterro da mesma. Na operação de amontoa, é importante que o produtor observe também o efeito que esta pode causar sobre o comportamento dos herbicidas aplicados ao solo (pré-emergência).

É comum que áreas produtoras de batata estejam localizadas em solos explorados com outras culturas, especialmente com pastagens. Sendo assim, o manejo de plantas daninhas na cultura da batata deve iniciar-se através da operação de dessecação das gramíneas forrageiras que ocupam estas áreas. Esta operação de dessecação é feita, principalmente, com o herbicida glyphosate (existem várias marcas comerciais no mercado), que por sua característica de atuação como herbicida (produto sistêmico e não
seletivo) elimina todas as plantas e suas partes capazes de reprodução, principalmente as estruturas
especializadas de reprodução destas plantas, como rizomas, estolho e tubérculos da área. É prática comum entre os produtores realizar duas aplicações seqüenciais de glyphosate, em intervalos de 15 a 20 dias, no intuito de, realmente, erradicar as plantas daninhas já estabelecidas na área, bem como, através da segunda aplicação, eliminar o primeiro fluxo de plantas daninhas proveniente de sementes ou eventuais falhas da primeira aplicação.


É também comum entre os produtores de batata revolver o solo antes do plantio da cultura. Este revolvimento pode quebrar a dormência das sementes de plantas daninhas através da aeração do solo
e incidência de luz na semente, o que, para a maioria das sementes de plantas daninhas, já representa um
fator de quebra de dormência. As sementes de plantas daninhas, que sofreram o processo de quebra de
dormência durante o revolvimento do solo, apresentam uma germinação rápida, quando comparado com a emergência dos brotos de batata (8 a 15 dias para emergir).

Esta situação proporciona ao mato uma vantagem competitiva sobre a lavoura. Contudo, essa característica de demora da emissão das hastes a partir dos tubérculos, pode permitir a aplicação de um herbicida de ação não sistêmico e não seletivo para controle das plantas daninhas que emergem antes da cultura. Existe informações de pesquisa que comprovam que, mesmo com até 10 % das hastes rompendo a barreira superficial do solo, é possível aplicar um dessecante de contato (não sistêmico – Paraquat, por exemplo) para dessecar as plântulas de daninhas, reduzindo assim, o banco de sementes não dormentes. Para esta modalidade de aplicação sugere-se a aplicação de Paraquat ou Diquat, na dosagem de 0,4 a 0,6 L/
ha, sem adjuvantes. Essa estratégia de manejo reverte a vantagem competitiva adquirida pelo mato em prol da cultura, sem lhe causar danos produtivos, mesmo deixando a área sob o mato nos dias que antecedem
a emergência da maioria das hastes.

Antes da emergência das hastes, além do Gramoxone e do Reglone, existe ainda a possibilidade do uso
de Sencor (metribuzin) em dosagens de 0,8 a 1,5 L/ha, no entanto, este herbicida apresenta alguma
deficiência no controle de gramíneas. O produto pode ser aplicado sobre a cultura já emergida, na dose mais baixa e com as hastes da batata com até cinco cm de altura. O metribuzin é sugerido em casos de infestações com predominância de folhas largas anuais.

Após a completa emergência da cultura, quando as plantas da batata estão com aproximados 15 a 20 cm
de altura, pode ser observado na entrelinha e mesmo na linha, novas plantas daninhas oriundas de novos
fluxos de emergência do banco de sementes da área. Neste momento, normalmente, é realizado o
processo, já mencionado, denominado de “amontoa”, eliminando esse fluxos mecanicamente.
Quando a cultura atinge em torno de 40 dias após o plantio e foi submetida ao processo de amontoa
há pelo menos dez dias em média, observa-se a necessidade de aplicação de um herbicida do tipo
graminicida. Neste momento, normalmente, as gramíneas estão no estádio de início de perfilhamento,
tanto na entrelinha como na linha submetida ao processo de amontoa. Nesta situação, recomenda-se a aplicação de fluazifop-p-butil (Fusilade 125) ou fenoxaprop-ethyl (Podium). Ambos podem ser aplicados na dosagem de 0,7 l/ ha, sem adjuvantes.

Caso as condições climáticas e culturais, após a aplicação do graminicida, forem adequadas, o batatal tende a fechar a entrelinha com suas hastes vigorosas, e isto ocorre em torno dos 50 dias após o
plantio em média, oscilando de acordo com a variedade e o clima. Essa cobertura do solo, com a própria planta da batata, tende a inibir novos fluxos de emergência das plantas daninhas e, assim, dispensar novas medidas de manejo de plantas daninhas. Entretanto, a cultura sofre, constantemente, ataque de pragas e doenças causadoras de desfolhas, como as pragas de épocas secas, a vaquinha, a lagarta-rosca e a mosca-minadora e as doenças, requeima, pinta-preta e canela.
Tais ocorrências abrem espaço para penetração de luz no batatal, provocando novas quebras de dormência do banco de sementes, as quais podem ser controladas através dos mesmos graminicidas já
citados.

Em torno dos 70 dias após o plantio, a cultura, normalmente, inicia a fase de “enchimento” dos tubérculos, que consiste na translocação dos fotoassimilados produzidos nas folhas para os tubérculos. A partir daí, inicia-se um processo fisiológico de redução do vigor das hastes do batatal, com o amarelecimento e queda das folhas, gerando aberturas na folhagem, e assim permitindo incidências de luz solar no solo, propiciando a emergência de algumas plantas daninhas de rápido desenvolvimento que aproveitam o
excesso de nutrientes proveniente da adubação, característico da cultura. No entanto, estas plantas daninhas não devem ser motivo de preocupação dos produtores, pois não irão interferir na produtividade final da cultura, e serão eliminadas através da operação de dessecação normalmente feita em pré-colheita.
Se, por razões diversas, houver um atraso na colheita, recomenda-se o monitoramento da infestação das
gramíneas e possíveis novas aplicações de graminicidas, no intuito de reduzir novas entradas de sementes destas plantas no banco de sementes, e que, conseqüentemente, representaria focos de infestação na cultura subseqüente em rotação.

Antes de detalhar melhor o dessecamento da batata para a colheita, vale ainda lembrar que para o controle de plantas de folhas largas na cultura da batata após a emergência da mesma, não existem herbicidas seletivos registrados para a cultura. Vale também destacar que o uso de haloxyfop (Verdict) na cultura da batata é uma alternativa para eventuais falhas de controle de gramíneas, uma vez que este produto é um excelente graminicida, atuando inclusive em plantas daninhas em estádios mais avançados de desenvolvimento, onde os demais graminicidas não atuam. Contudo, o controle tardio destas plantas pode resultar em danos à produção das plantas de batata, pela interferência do mato.
Na dessecação é importante destacar que esta deve ser feita quando a planta de batata já transferiu ao tubérculo a maior parte de suas reservas nutricionais, quando ocorreu o máximo de enchimento
e ganho de peso dos tubérculos. Neste momento, é usado um produto de contato para dessecar as plantas, sem que haja possibilidades de acúmulo de resíduos do dessecante nos tubérculos. A aplicação de Paraquat (Gramoxone) ou Diquat (Reglone), sem a adição de adjuvantes à calda, para a dessecação pode ser feita tomando cuidado para que a planta da batata não esteja sob condição de estresse hídrico. Tal ocorrência poderia comprometer a qualidade dos tubérculos, pois pode haver acúmulo de resíduos do
dessecante, mesmo que o dessecante não seja sistêmico. Os fabricantes dos dessecantes já citados recomendam a dose de 2,0 L/ha, para ambos os dessecantes, contudo tem sido observado na prática que a aplicação seqüencial de 1,0 L/ha, com as aplicações espaçadas em dois dias de intervalo entre as
pulverizações proporciona melhores resultados que uma única aplicação.



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