google.com, pub-8049697581559549, DIRECT, f08c47fec0942fa0 HORTA E FLORES: Irrigação e Amontoa na Batata (Solanum tuberosum)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Irrigação e Amontoa na Batata (Solanum tuberosum)



Amontoa:

Aproximadamente aos 25-30 dias de plantio, quando as hastes das plantas apresentam de 25 a 30 cm de altura, faz-se a amontoa, que consiste na aproximação de terra, em ambos os lados da fileira de plantas, formando um camalhão com cerca de 20 cm de altura; visando proteger os tubérculos contra a exposição direta dos raios solares, que causam escaldadura e esverdeamento dos mesmos. Dependendo da intensidade das chuvas e do estado vegetativo da cultura, pode ser feita uma segunda amontoa aos 60 dias de plantio para evitar que os tubérculos sejam expostos à luz e fiquem esverdeados, tornando os inadequados ao consumo.
A amontoa, seja ela manual ou mecânica funciona também como controle de plantas daninhas. Este processo, quando não realizado adequadamente, pode provocar ferimentos nas raízes e na parte aérea das plantas, proporcionando portas de entrada para uma série de patógenos, como os que causam a rizoctoniose, murcha-bacteriana, podridão-seca e podridão-mole.
Para proteger a parte do caule que será coberta durante esta operação mecanizada, comumente é feita a pulverização do campo imediatamente antes da amontoa com fungicidas cúpricos. 


Amontoa mecanizada

Irrigação

Último nível tecnológico é assim que o bataticultor pensa quando vai investir para aumentar a produtividade da lavoura. Pois esta é a realidade. Após investir em um bom preparo de solo, em sementes de qualidade, correção e adubação de solo, ideais para ter uma ótima produtividade, e também em defensivos agrícolas para garantir a sanidade da lavoura; o produtor de batata necessita garantir água para a cultura na dose e hora certa para conseguir uma safra com alta produção e com alta qualidade do produto.
É frustrante para o bataticultor, após investir tanto dinheiro e trabalho, ter sua safra comprometida por um revés durante o decorrer do crescimento da cultura. O fator mais limitante para uma boa safra, com batatas de qualidade, é a falta de água. Principalmente a falta de água no período mais crítico para o desenvolvimento da cultura, que, no caso da batata, é a tuberização. A ocorrência de seca durante a formação e enchimento do tubérculo vai ocasionar batatas de tamanho pequeno e de baixa qualidade. Chuvas esparsas durante este período vão causar o embonecamento da batata, que deprecia o valor de venda do produto.
Por isso, é interessante para o bataticultor fornecer à planta uma quantidade adequada de água durante todo o desenvolvimento da cultura. Não se deve promover a “molhação” da lavoura, que é o que ocorre em muitos casos, e é devido a esta prática que a irrigação chega a ser mal vista em muitas regiões, onde o produtor “molha” a cultura com uma lâmina de água aquém da necessária, e também com turnos de rega longos, o que chega a ocasionar colheita com produção e qualidade até inferior a de produtores próximos que não irrigaram suas lavouras.
A irrigação com lâminas de água muito altas, pode provocar apodrecimento da semente e também escorrimento superficial, levando à erosão do solo, bem como à lixiviação (perda do adubo para profundidades superiores a de onde estão as raízes). Turnos de rega muito curtos podem causar problemas fitossanitários devido à má aeração do solo e também à lavagem dos defensivos, causando tanto problemas de podridão de raízes como o desenvolvimento de doenças na parte aérea da batata.

Na cultura da batata, devido a suas características, é interessante ter em mãos um equipamento de irrigação de fácil montagem e desmontagem, de fácil manejo e que não exija muita mão-de-obra, para evitar pisoteio e quebra de plantas. Aí é que se encaixa o Turbomaq, um equipamento robusto, de fácil manejo, que irriga praticamente todo tipo de terreno, tanto no formato, quanto na topografia, fornecendo lâmina de irrigação homogênea ao longo de todo o comprimento da mangueira.

O Turbomaq pode ser fornecido com canhão aspersor ou com barra irrigadora, sendo que, neste caso, a uniformidade de aplicação é maior, irrigando com gotas mais finas, porém com limitação quanto à declividade do terreno. No uso do equipamento com canhão aspersor, a distância entre hidrantes é maior, portanto há menos faixas de irrigação, mesmo sendo a gota um pouco maior. Pode ser usado, com toda a segurança, na irrigação tanto da batata, quanto do feijão.
Por último, um conselho: procurar sempre técnicos e empresas idôneos, que indicam e ofereçam opções de equipamentos e forneçam projeto técnico detalhado e descrição completa do sistema de irrigação a ser adquirido, além de procurar instalar equipamentos para o controle da umidade do solo (tensiômetro), evitando falta ou excesso de água na cultura.

Manejo da Irrigação

A irrigação pode ser definida como a reposição artificial da água no solo, na quantidade correta e no momento oportuno para satisfazer o consumo de água por uma cultura. Evapotranspiração (ET) é o termo empregado para definir o consumo de água por uma cultura. Este consumo é composto pela evaporação da água do solo e pela transpiração da água através do tecido da planta para a atmosfera.
A irrigação não é um substituto de uma prática agrícola, mas um instrumento do manejo agrícola. Ao lado das demais práticas, integra um conjunto de atividades que tem por objetivo o aumento da produção, buscando criar e assegurar as condições ideais para o desenvolvimento da planta. A função essencial da irrigação é propiciar à cultura um suprimento regular de água, de maneira que as demais operações agrícolas, como fertilização, mecanização, controle de pragas e doenças, possam atingir seus máximos benefícios, ou seja, maior produtividade e maiores lucros.
Entre as diversas vantagens do uso da irrigação como prática agrícola, podemos citar:
- Garantia de produção: com a instalação de um sistema de irrigação adequado, não há dependência das chuvas.
- Diminuição dos riscos: após todos os investimentos na preparação do solo, na compra de sementes, na aplicação de corretivos e adubos, não existe o risco de ver tudo perdido por falta de água.
- Colheita na entressafra: a irrigação possibilita obter colheitas fora da época de safra, o que resulta em remuneração extra e abastecimento regular do mercado.
- Aumento da produtividade: com todos os fatores do processo produtivo devidamente equilibrados o uso da irrigação, além de garantir a produção, possibilitará também um aumento dos rendimentos.
- Aumento do índice de exploração agrícola: possibilidade de mais de um plantio por ano, numa mesma área, assegurando maior rentabilidade.
- Quimigação: possibilidade de aplicação de produtos químicos (adubos, herbicidas, inseticidas, fungicidas, nematicidas) com a água de irrigação, reduzindo o trânsito de máquinas, o desgaste da maquinaria e o emprego de mão-de-obra.
Embora a irrigação apresente muitas vantagens, seu uso também tem algumas limitações:
Alto custo inicial: o investimento na aquisição de um sistema de irrigação é elevado em relação ao retorno, que nem sempre se processa a curto ou médio prazo. Por isto recomenda-se cautela na compra de equipamentos, pois uma decisão apressada poderá comprometer o projeto agropecuário.
Falta de mão-de-obra especializada: este é um dos problemas mais sérios enfrentados pelo agricultor, não só no que diz respeito à manutenção, mas também em relação à própria operação de um sistema de irrigação.
A batata é uma das principais hortaliças cultivadas no Brasil, com área plantada estimada na safra de 2003 de 146.963 ha (em três safras) e produção estimada em 2.897.472 t, com produtividade média de 19,7 t/ha (IBGE, 2003). Os principais estados produtores são Minas Gerais, São Paulo e Paraná, os quais respondem por quase 80% da produção nacional de batata. Entretanto, devido às variações edafoclimáticas, práticas culturais e variedades utilizadas, há diferenças significativas entre os valores de produtividade alcançados nas regiões produtoras. A produção comercial de batata pode passar de 40 t/ha se as condições, incluindo fertilidade e umidade, forem adequados durante a safra. O Brasil situa-se em 19º lugar (estimativa da FAO) na lista dos maiores produtores desta cultura.
Neste artigo, serão apresentadas algumas considerações sobre as relações entre o desenvolvimento vegetativo e a produção, com o fornecimento de água na cultura da batata e alguns princípios básicos no manejo eficiente da irrigação. No próximo artigo, apresentaremos os métodos de irrigação mais comumente usados na batata e exemplos de planejamento e manejo da irrigação.
Desenvolvimento da Batata e Disponibilidade da Água no Solo A batata é uma cultura que tem o seu desenvolvimento e produtividade intensamente influenciados pelas condições de umidade do solo. A deficiência de água é freqüentemente mais limitante para a obtenção de altos rendimentos do que o excesso de umidade. Assim, o controle da umidade do solo e o conhecimento do comportamento de parâmetros fisiológicos sob condições variáveis de umidade no solo são decisivos para a maximização da produção da cultura.
O desenvolvimento fisiológico da batata pode ser dividido em cinco estágios:
- Semeadura – emergência;
- Início do desenvolvimento vegetativo - início da tuberização;
- Tuberização;
- Crescimento dos tubérculos;
- Amadurecimento.
A duração de cada estágio depende da variedade, das práticas culturais e das condições ambientais. A batata é particularmente sensível ao déficit hídrico durante o início da tuberização e o desenvolvimento inicial dos tubérculos (transição entre os estágios II e III). Um déficit de água nesta época pode reduzir substancialmente a qualidade e resultar em malformação dos tubérculos. Se o déficit hídrico ocorrer durante o crescimento dos tubérculos (estágio IV), o peso total da produção será mais afetado do que a qualidade. Condições favoráveis de umidade promovem maior número e maior tamanho de tubérculos, maior teor de amido, melhor qualidade culinária e de conservação. Níveis excessivos de água no solo favorecem as podridões de tubérculos e a lenticelose. A alternância de excesso e falta de água pode causar defeitos fisiológicos, como embonecamento e rachaduras.
A produção e a qualidade da batata também são influenciadas pelo excesso de água no solo, resultante de irrigação excessiva ou chuva acima da média. Isto acarreta lixiviação de nutrientes abaixo da zona radicular, causando deficiência nutricional, baixa eficiência no uso do fertilizante e provável contaminação da água subterrânea. A saturação do solo na zona radicular por mais de 8-12 horas pode causar danos por falta de aeração adequada para a respiração das raízes. O excesso de água no solo por ocasião do plantio promove o apodrecimento das sementes e retarda a emergência devido à menor temperatura do solo úmido. Batatas que são super irrigadas durante o crescimento vegetativo e o início da tuberização têm grande chance de desenvolverem coração-negro e coraçãooco, e estão mais sujeitas à morte prematura.
O conteúdo de umidade do solo também tem influência nos danos mecânicos causados aos tubérculos durante o processo da colheita. Se os tubérculos estiverem desidratados, como resultado da baixa umidade do solo, eles se quebrarão mais facilmente no processo de arrancamento mecanizado. Se os tubérculos estiverem túrgidos, devido à alta umidade do solo, eles estarão mais suscetíveis a esfolamento e unhaduras. Neste caso, também poderão ocorrer problemas na qualidade e armazenamento dos tubérculos.
O desenvolvimento do sistema radicular da batata é relativamente superficial (45 - 60 cm), com a maioria das raízes na faixa de até 30 cm de profundidade. A pouca profundidade do sistema radicular é
atribuída à fragilidade das raízes em penetrar camadas compactadas ou outras camadas restritivas. A compactação do solo devido ao tráfego de máquinas pode restringir a penetração das raízes da batata, e é normalmente influenciado pelo conteúdo de umidade do solo no momento da operação de mecanização.
O crescimento das raízes também está relacionado com o vigor geral da cultura e o seu máximo desenvolvimento pode ser alcançado quando as condições de umidade são mantidas em condições adequadas no perfil do solo. Sob certas condições, irrigações leves e freqüentes, ou seja, fornecimento de água a uma pequena profundidade apenas, diminui a capacidade da planta em suportar maiores déficits de água, pois as raízes ficam confinadas naquela faixa superficial onde a umidade está presente. Outro fator importante é a capacidade de transmissão de água no solo que influencia a habilidade de extração de água pelas raízes.
Algumas pesquisas relacionam as condições de umidade do solo com a absorção de nutrientes pelas raízes, pelo efeito indireto do déficit de água no solo na disponibilidade dos nutrientes. Uma vez que a maior parte da matéria orgânica e dos nutrientes está concentrada na zona superficial do perfil do solo, a falta de umidade nesta zona poderá ocasionar a diminuição do desenvolvimento da planta pela redução na capacidade das raízes em absorver os nutrientes disponíveis.
Manejo da irrigação
O manejo racional de qualquer projeto de irrigação deve ter como objetivo melhorar a eficiência do uso da água e diminuir os custos, quer de mão-de-obra, quer de capital, mantendo as condições de umidade do solo e de fitossanidade favoráveis ao bom desenvolvimento da cultura irrigada.
A irrigação não deve ser vista como uma prática isolada. Ela é parte de um conjunto de operações necessário ao atendimento das necessidades das plantas para uma boa produção. Isto significa associar a irrigação com uma boa escolha das sementes, um adequado preparo do solo (manejo conservacionista), uma boa adubação e tratos fitossanitários quando necessários.
No manejo da irrigação, duas perguntas devem ser respondidas: quando e quanto irrigar. A primeira é respondida pelo termo freqüência de irrigação, ou turno de rega, que nada mais é do que o intervalo em dias entre as irrigações. A freqüência de irrigação pode ser fixa ou variável, especialmente levando-se em conta as chuvas que ocorrem no período. Quanto à segunda pergunta, a resposta é baseada nas condições climáticas, em quanto o solo é capaz de armazenar água entre as irrigações e principalmente, na sensibilidade da planta à falta de água, que está relacionada com o seu estágio de desenvolvimento.
Para o máximo retorno econômico, é necessário que o conteúdo de água no solo seja mantido dentro de certos limites ao longo do ciclo da cultura. A batata é exigente em água porque é mais sensível ao estresse hídrico, comparado com outras culturas, além de desenvolver um sistema radicular raso e ser
freqüentemente cultivada em solos de baixa a média capacidade de retenção de água. Estas condições fazem com que os sistemas de irrigação sejam dimensionados para aplicar água mais freqüentemente, em quantidades menores, de forma uniforme, tal que a disponibilidade de água no solo durante o ciclo da cultura seja otimizado. Estas condições também indicam que um manejo eficiente da irrigação na cultura da batata inclua: (1) monitoramento regular da quantidade de água no solo; (2) irrigações programadas de acordo com o uso da água pela cultura e com a capacidade de retenção da água no solo; (3) um suprimento de água e um sistema de irrigação que seja capaz de fornecer a quantidade programada.
A resposta da produção de batata ao manejo da irrigação é ilustrada na Figura 1. Os resultados foram obtidos de uma pesquisa em práticas de manejo de irrigação em 45 lavouras no Estado de Idaho, um dos maiores Estados produtores de batata nos Estados Unidos. A produção de batata é reduzida tanto por irrigação deficiente quanto por irrigação em excesso. Apenas 10% de variação na quantidade de água aplicada durante o ciclo pode resultar em decréscimo da produção devido à sensibilidade da batata ao déficit hídrico; por outro lado, a irrigação em excesso causa aeração deficiente no solo, aumenta os problemas fitossanitários e lixívia dos nutrientes da zona radicular. Um manejo da irrigação otimizado pode aumentar a produção comercializável e ao mesmo tempo reduzir os custos de produção pela conservação da água, energia, fertilizantes e defensivos, e diminuir os riscos de contaminação do ambiente. Um manejo eficiente da irrigação é um pré-requisito para um consistente e máximo retorno econômico.


Irrigação

A planta de batata é muito sensível ao déficit de água. Mesmo pequenos períodos de estiagem comprometem o sucesso da lavoura, sendo a irrigação recomendada em regiões e/ou estações com distribuição irregular de chuvas. A produção também é afetada pelo excesso de água, por reduzir a aeração do solo, favorecer maior incidência de doenças e lixiviar nutrientes móveis.
Irrigações em excesso favorecem várias doenças de solo, como murcha-bacteriana, sarna-prateada, sarna-pulverulenta, canela-preta e podridão-mole. A irrigação por aspersão, notadamente quando em regime de alta frequência, favorece condições de alta umidade no dossel vegetal, aumentando a incidência de doenças foliares. Por outro lado, a falta de água, especialmente no início da tuberização, favorece a ocorrência da sarna-comum.
A demanda de água pelas plantas é dependente das condições climáticas, da cultivar e do sistema de cultivo, principalmente. A necessidade total da cultura, incluindo a evaporação do solo, varia de 250 mm a 550 mm, podendo superar 600 mm para cultivares de ciclo longo e em regiões quentes e secas.
A irrigação é realizada, muitas vezes, por meio de práticas impróprias de manejo e do uso de sistemas de irrigação com baixa uniformidade de distribuição de água. Ao mesmo tempo em que são, geralmente, irrigadas em excesso, as plantas são também, com frequência, submetidas a condições de déficit hídrico. Por conseguinte, é possível aumentar a produtividade em até 20% e reduzir a lâmina total de irrigação em até 40%, somente irrigando-se corretamente.
Sistema de irrigação
Apesar de tecnicamente poderem ser utilizados diferentes métodos de irrigação, a cultura de batata no Brasil é irrigada quase exclusivamente por aspersão. A irrigação por sulco é pouco adotada por requerer terrenos planos, solos pouco permeáveis e demandar maior uso de mão de obra, enquanto o gotejamento apresenta alto custo e demanda grande quantidade de mão de obra qualificada para sua instalação, manutenção e retirada do campo ao final da colheita.
Os sistemas por aspersão do tipo convencional e autopropelido são os utilizados nos estados do Sudeste e Sul, enquanto o pivô central é adotado em grandes áreas na região do Cerrado (Minas Gerais, Bahia e Goiás). A principal desvantagem da aspersão é a interferência no controle fitossanitário, especialmente favorecendo doenças da parte aérea devido ao molhamento foliar e à lavagem de agrotóxicos.
A eficiência de irrigação por aspersão é influenciada pela desuniformidade com que a água é distribuída sobre o terreno, pelas perdas de água por evaporação e arrastamento pelo vento. Esta eficiência depende basicamente do dimensionamento hidráulico, da manutenção do sistema e das condições climáticas. Eficiências aceitáveis para sistemas por aspersão convencional estão entre 70% e 80%, entre 65% e 80% para autopropelido e entre 85% e 90% para pivô central.
Sistemas com problemas de dimensionamento e manutenção aplicam água de forma muito desuniforme, o que reduz a produtividade e a qualidade da batata, além de aumentar o gasto de água e energia.
Manejo da água de irrigação
Por manejo de irrigação entende-se determinar quando e quanto irrigar. A resposta para tais questões depende de diversos fatores, como tipo de solo, condições climáticas, sistema de irrigação e estádio de desenvolvimento da cultura. As irrigações devem ser realizadas quando as plantas utilizarem toda a água facilmente disponível no solo. A quantidade de água a ser aplicada deve ser suficiente para o solo retornar à condição de capacidade de campo.
Vários são os métodos para manejar a irrigação na cultura da batata. Todos demandam informações relacionadas a um ou mais componentes do sistema solo-planta-atmosfera. Naqueles mais precisos, o manejo é realizado em tempo real por meio da instalação de sensores para a medição da água no solo e/ou da estimativa da evapotranspiração. O custo, a precisão e a simplicidade de operacionalização dependem do nível de sofisticação do método.
A seguir são apresentados procedimentos e parâmetros relacionados às necessidades hídricas da batata, que permitem estabelecer diferentes estratégias de manejo.
Métodos com base em medidas na planta
Teoricamente, o momento da irrigação pode ser determinado com base na planta, seja pela avaliação da aparência visual de déficit hídrico, do potencial de água na folha ou da temperatura da folha. Este método, porém, além de não permitir estimar a lâmina de irrigação, é pouco confiável para indicar quando irrigar.
Na prática, muitos produtores têm definido quando irrigar com base na aparência visual de deficiência hídrica na planta. Contudo, quando tais sintomas aparecem, as atividades fisiológicas da planta já podem ter sido comprometidas. Por exemplo, irrigar quando se verifica sintomas de murchamento e folhas com coloração verde mais escuro acarreta queda de produtividade acima de 20%.
Métodos com base em medidas do status de água no solo
Informações sobre a disponibilidade de água no solo têm sido amplamente utilizadas por agricultores em todo o mundo para determinar quando irrigar.
Na prática, a avaliação do status de água no solo é realizada, muitas vezes, pelo tato e aparência visual do solo. A precisão é baixa, sobretudo para agricultores sem a devida destreza. De qualquer forma, a amostragem do solo deve ser realizada entre 40% e 50% da profundidade efetiva das raízes, em pelo menos três pontos da área. O fator de reposição de água ao solo (f) para batateira varia de 0,30 a 0,50, sendo o menor valor para solos de textura fina e estádios mais críticos à falta de água (estolonização/início de tuberização e formação da produção).
Por expressar a força com que a água se encontra retida, a tensão de água no solo exerce papel importante no processo de absorção da água pelas plantas. As irrigações devem ocorrer quando a tensão, avaliada entre 40% e 50% da profundidade efetiva das raízes, atingir de 25 kPa a 40 kPa durante os estádios inicial, vegetativo e de senescência, e de 15 kPa a 25 kPa durante os estádios de estolonização e início de tuberização e de formação da produção, sendo o menor valor para solos de textura grossa. A lâmina de irrigação pode ser estimada a partir de avaliações de campo ou da curva de retenção de água do solo. O manejo de água por meio do monitoramento da tensão pode ser realizado, de forma precisa e com baixo custo, por meio de sensores do tipo Irrigas®, tecnologia desenvolvida e patenteada pela Embrapa.
Métodos com base em medidas climáticas
Devido às dificuldades com a obtenção da evapotranspiração da cultura (ETc) por medições diretas e exatas, métodos indiretos são utilizados para estimar a evapotranspiração de referência (ETo). Utilizando-se coeficientes de cultura (Kc), ajustados para a batateira (Tabela 1), pode-se determinar a ETc para os diferentes estádios da cultura (ETc = Kc x ETo).
A ETo é estimada por meio de equações, empíricas ou não, a partir de dados climáticos. Para manejo da irrigação em tempo real, a ETo pode ser determinada pela equação de Penman-Monteith-FAO ou tanque classe A.
O conhecimento da ETc não possibilita, por si só, estimar, de forma direta, quando irrigar. O momento de se irrigar é determinado a partir do balanço de água no solo ou da medição da água disponível no solo.
Calendário de irrigação
O conhecimento antecipado da data das irrigações, pré-definindo turnos de regas fixos para cada estádio da cultura, possibilita que as práticas culturais possam ser planejadas antecipadamente.
Um procedimento simplificado que permite estabelecer os intervalos entre irrigações e a lâmina de irrigação durante cada estádio da cultura é por meio do uso de tabelas. A ETc é determinada na Tabela 2, a partir de dados históricos médios de temperatura e umidade relativa do ar, enquanto o turno de rega é determinado na Tabela 3, em função do tipo de solo, da profundidade de raiz e da ETc. A determinação do turno de rega até a completa emergência das hastes deve ser feita utilizando-se a Tabela 4.
Por utilizar dados climáticos históricos para estimar a ETc, o procedimento não deve ser usado por produtores que já irrigam utilizando sensores de umidade e/ou procedimentos para a estimativa da ETc em tempo real.


Tratos culturais

Amontoa
A amontoa é o processo no qual o solo é movimentado e direcionado para a base das plantas em ambos os lados da fileira de plantas, formando um camalhão com cerca de 20 cm de altura, estimulando o desenvolvimento de estolões e protegendo os tubérculos do sol, além de também auxiliar no controle das plantas daninhas. A amontoa tradicional realiza-se aproximadamente aos 25-30 dias de plantio, quando as hastes das plantas apresentam de 25 cm a 30 cm de altura. Dependendo da intensidade das chuvas e do estado vegetativo da cultura, pode ser feita uma segunda amontoa aos 60 dias de plantio para evitar que os tubérculos sejam expostos à luz e fiquem esverdeados, tornando-os inadequados ao consumo. Este processo, quando não realizado adequadamente, pode provocar ferimentos nas raízes e na parte aérea das plantas, proporcionando portas de entrada para uma série de patógenos, como os que causam a rizoctoniose, murcha-bacteriana, podridão-seca e podridão-mole. Para proteger a parte do caule que será coberta durante esta operação mecanizada, comumente é feita a pulverização do campo imediatamente antes da amontoa com fungicidas cúpricos.
É comum também a antecipação da amontoa, realizando-se o primeiro processo logo após a germinação, com vantagens em relação à diminuição nos danos causados às plantas.
Interrupção do ciclo
A interrupção do ciclo da cultura, que normalmente varia de 90 a 120 dias dependendo da cultivar, do clima e do solo, pode ocorrer de forma natural ou artificial com a utilização de desfolhantes ou dessecantes, que matam a rama e as ervas daninhas, facilitando a colheita, e evitam futuras contaminações do tubérculo através da parte aérea da planta (rama). Se utilizar a dessecação, o produtor pode antecipar a colheita, aproveitando o preço de mercado, se favorável. Após a dessecação, é esperado um período que varia de 10 a 15 dias para que a pele da batata se fortaleça ou se firme, evitando o pelamento durante o processo de colheita e pós-colheita. Em cultivos agroecológicos, este processo pode ser realizado mecanicamente, por meio de roçada. Porém, deve-se evitar realizar o corte das ramas em épocas chuvosas e deve-se fazer a pulverização das hastes danificadas com defensivos permitidos neste tipo de cultivo, para diminuir os riscos da entrada de bactérias e fungos.




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